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Taquicardia Sinusal: sintomas e tipos de tratamento

Taquicardia sinusal faz com que ocorra o aumento da frequência cardíaca de modo anormal, podendo levar o indivíduo a diversos sintomas. Diferentemente da frequência cardíaca normal, a taquicardia sinusal representa um ritmo cardíaco muito acelerado, ou seja, acima de 100 batimentos por minuto, com início ocorrendo no nó sinusal, presente no coração.

Na maioria dos casos, esta condição consiste em uma espécie de resposta orgânica a situações envolvendo fortes emoções, exercício físico intenso ou estresse.

Quando esta condição se mostra persistente, sem que haja uma causa aparente para sua ocorrência, pode indicar casos mais graves, que envolvam outras doenças.

Como a taquicardia sinusal pode ser caracterizada

Em boa parte dos casos, este tipo de taquicardia não necessita ser controlada, visto que ocorre como reação normal a determinados tipos de estímulos.

É importante pontuar que a taquicardia sinusal acontece, geralmente, quando se observa entre 100 bpm a 160 bpm. O ponto de origem desta condição, ou seja, o nó sinusal, é considerado um marcapasso natural do coração, sendo responsável por dar início aos impulsos elétricos, necessários para regulação do ritmo cardíaco.

A ocorrência da taquicardia sinusal tem como motivação alguma atividade elétrica que ocorra de modo mais rápido do que o esperado. Dessa forma, fatores como anemia, disfunções na tireoide, atividades físicas e situações estressantes podem desencadear este processo.

Em geral, a taquicardia sinusal não representa risco para a saúde do indivíduo, não se tratando exatamente de uma doença. Vale destacar, entretanto, a necessidade de atendimento médico a fim de diferenciar esta condição de outras que possam ocorrer, como a taquicardia atrial, por exemplo. Diferentemente da sinusal, a atrial tem origem supraventricular, implicando em menos riscos, se comparada ao ritmo ventricular.

Fique por dentro do que é ritmo sinusal

Muitas pessoas se perguntam se o ritmo sinusal deve ser motivo para preocupação, sobretudo quando veem esta expressão em exames como o eletrocardiograma.

O termo “ritmo sinusal”, contudo, diz respeito ao ritmo cardíaco normal. Originando-se em uma região do átrio direito, que apresenta as chamadas células de automatismo, apresenta a peculiaridade de produzir eletricidade de maneira contínua e regular.

O nó sinusal é o ambiente em que impulsos são produzidos para os átrios, bem como para os ventrículos. Desse modo, ocorre contração mecânica, fazendo com que o sangue carregue glicose e oxigênio do coração para o restante do corpo. O nó sinusal lança, em média, entre 80 a 120 mil impulsos ao longo de um dia inteiro, que são os batimentos cardíacos.

Saiba se a taquicardia sinusal é considerada grave

Em geral, este tipo de taquicardia não é considerado grave, uma vez que pode indicar respostas do organismo em face de estímulos cotidianos. Em se tratando de indivíduos que sejam crianças ou jovens, trata-se de uma ocorrência esperada para estas fases da vida.

Quando esta ocorrência começa a se tornar frequente e de modo contínuo, pode sinalizar que há algum outro problema de saúde que precisa ser identificado e tratado. É importante pontuar que, nesses casos, a falta de tratamento pode fazer com que ocorram complicações, como ataques cardíacos, insuficiência cardíaca ou acidente vascular cerebral (AVC).

Veja o que pode causar a taquicardia sinusal

Há diversas razões para que um indivíduo apresente este tipo de alteração, como exercícios físicos, infecções, situações chocantes, liberação de adrenalina, dentre outras.

Determinadas síndromes raras também podem ocasionar a taquicardia sinusal, mas de forma benigna. A tireotoxicose, por sua vez, é um exemplo de síndrome que pode ocasionar esta condição, bem como a reentrada sinusal.

Muitas vezes não são adotados tratamentos farmacológicos quando da ocorrência desta taquicardia, visto que representam um tipo de mecanismo de defesa do organismo, como quando ocorre vasodilatação acentuada.

Quando o volume sistólico se encontra inadequado, a forma de compensação deste choque se traduz no aumento da resistência vascular periférica, bem como na resistência cardíaca. Caso algum medicamento seja utilizado para esta situação, poderá resultar em interferência negativa, afetando o paciente a ponto de levá-lo a um choque de difícil reversão.

O que sentem as pessoas com este tipo de taquicardia

Pelo fato de ser, em geral, uma resposta fisiológica do organismo, a taquicardia sinusal nem sempre ocasiona sintomas expressivos. Caso decorra de situações normais, a aceleração cardíaca será transitória, não gerando grandes desconfortos.

Em outras situações, no entanto, as pessoas poderão apresentar sintomas mais expressivos. Confira:

  • Palpitações: O indivíduo começa a sentir que o coração passa a bater mais forte e de forma acelerada.
  • Desconforto no peito: A taquicardia sinusal também pode ocasionar essa sensação em algumas pessoas.
  • Sensação de batimentos irregulares: Em geral, o paciente refere que o coração parece bater fora do ritmo normal.
  • Vertigens ou tonturas: Isso pode acontecer em virtude de ocorrer uma rápida aceleração do ritmo do coração.
  • Falta de ar: Trata-se de uma ocorrência mais frequente em casos de maior gravidade.
  • Fadiga: O paciente pode se sentir excessivamente cansado, sobretudo se o quadro persistir.

Em determinados casos, os sintomas mencionados podem se relacionar a outras condições. Com isso, caso estes sejam persistentes e intensos, é importante que a pessoa procure ser atendida por um médico a fim de que seja realizada uma avaliação clínica.

Diagnóstico da taquicardia sinusal: Confira como é feito

Para chegar ao diagnóstico desta condição, o médico se baseará no relato do paciente acerca dos sintomas e de seu histórico de saúde, pois buscará elucidar as causas da taquicardia. Caso não se verifique nenhuma razão aparente, o profissional poderá solicitar que alguns exames sejam realizados, como o Holter, eletrocardiograma, dosagem de hormônios tireoidianos e hemograma.

De que forma pode ocorrer o tratamento da taquicardia sinusal

O tratamento da taquicardia sinusal será administrado pelo médico de acordo com a frequência de sua ocorrência e gravidade dos sintomas.

Para casos em que os sintomas são de maior gravidade e persistentes, algumas abordagens poderão ser adotadas. Vale destacar que o tratamento deverá ser personalizado, conforme a avaliação do médico.

Abaixo estão alguns tratamentos que poderão ser recomendados pelo médico para casos de taquicardia sinusal:

  • Mudanças no estilo de vida: Neste caso, preconiza-se a redução da ingestão de cafeína e outros estimulantes, o estímulo à prática de atividades relaxantes e uma boa higiene do sono a fim de se evitar novos episódios.
  • Tratamento da origem: Para que não ocorram novos episódios de taquicardia, busca-se identificar a causa do problema, que poderá ser anemia, febre, ansiedade, estresse ou outra ocorrência.
  • Medicamentos: O cardiologista, para casos de maior gravidade, poderá prescrever medicações que controlem a frequência cardíaca. Desse modo, bloqueadores dos canais de cálcio, bem como betabloqueadores poderão ser prescritos.
  • Ablação cardíaca: Este costuma ser um tratamento adotado para casos excepcionais, quando as outras abordagens não se mostram ideais. Trata-se de um procedimento em que há o emprego de um cateter para desobstrução e isolamento de áreas cardíacas que estejam ocasionando esta condição.
  • Pacing cardíaco: Quando a taquicardia surge associada ao ritmo mais lento do coração (bradicardia), a regulação do ritmo cardíaco poderá ser realizada através de um marcapasso.

O sucesso do tratamento também está condicionado à busca por atendimento médico. Isso significa que, assim que os sintomas surgirem, a pessoa deverá procurar ajuda profissional.

O médico, por sua vez, determinará se trata-se de fato de um quadro de taquicardia sinusal ou de outra condição. Com base nos achados clínicos, o profissional norteará a melhor abordagem para tratamento do caso.

Dr. Ricardo Contesini

Médico cardiologista esportivo, especialista em cardiologia do esporte. Pós graduado em medicina esportiva pela Universidade Federal de São Paulo.

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