A morte súbita no esporte é definida como a morte que ocorre durante a prática de atividade ou até 24 horas após o seu término. Várias causas podem ser responsáveis pelo seu acontecimento e listamos algumas abaixo.
A prática de atividade física reconhecidamente oferece proteção cardiovascular e reduz a chance de morte por inúmeras causas. Indivíduos que praticam atividade física contínua e regular, de moderada a alta intensidade, apresentam menores fatores de risco, menores taxas de internação hospitalar e comprovadamente melhor qualidade de vida.
A morte súbita que ocorre durante ou após a prática de exercício físico pode parecer um paradoxo, mas na verdade não é…
A prática de atividade física proporciona algumas adaptações ao coração que em longo prazo o torna mais forte, resistente e com melhor performance. Além disso, com o início da atividade física regular pode ocorrer um aumento brusco na intensidade ou, na troca de modalidade esportiva, para uma mais intensa; o coração durante o esforço se adapta aumentando a pressão arterial, aumentando a frequência cardíaca, elevando a quantidade de sangue e consequentemente de oxigênio bombeado.
Essas adaptações após 12 a 14 semanas podem causar a melhora na pressão arterial, melhora de desempenho, diminuição da sensação de cansaço, etc.… No entanto, num momento imediato se o indivíduo apresentar alguma doença cardíaca que muitas vezes não conhecia, o exercício intenso pode ser um gatilho para se romper uma placa de gordura, aumentar ainda mais uma pressão arterial que já vinha com níveis elevados ou até mesmo piorar as arritmias cardíacas já existentes.
O aparecimento de sintomas muitas vezes está associado com a doença de base que levou ao evento cardiovascular (ataque cardíaco).
No geral a principal causa de morte súbita são as arritmias cardíacas e dessa forma a palpitação, falta de ar, cansaço, dor no peito, dores de cabeça, tonturas, desmaios entre outras podem ser sintomas em comum em pacientes sob risco de morte súbita.
Dados do comitê olímpico internacional e de bancos de dados internacionais concordam em afirmar que mais de 90% das causas de morte em indivíduos que realizavam atividade física se devem a arritmias cardíacas malignas. Essas arritmias não são causadas diretamente pelo exercício e sim por doenças cardiovasculares pré-existentes como:
Ou até doenças genéticas e congênitas como coronária anômalas, síndrome de brugada, QT longo e QT curto, etc.…
Nessas condições a prática intensa de exercício pode proporcionar condições como falta de oxigênio no coração, ou alteração no batimento cardíaco que culminam com a presença dessas arritmias malignas que são a principal causa do mal súbito.
Dessa forma, a avaliação cardiológica antes do início ou da progressão da intensidade da prática de atividade física se torna essencial e deve ser realizada anualmente ou após quaisquer sintomas ocorridos durante ou após atividade física intensa.
A avaliação pré participação deve ser realizada em todos os indivíduos que realizam exercícios ou que desejam iniciar a prática de atividade física regular.
Portanto, antes do início de cada temporada ou da vida esportiva devem passar por exames prévios tanto de avaliação laboratorial como de métodos que avaliam o coração durante o esforço físico.
Esse conjunto de medidas que compreendem anamnese, exame físico, ECG e teste ergométrico e muitas vezes associados à ecodopplercardiograma, ressonância magnética e angiotomografia de coronárias; denominamos avaliação pré participação.
Essas medidas conseguem descartar mais de 90% de alterações cardiológicas pré existentes que quando associados ao gatilho (exercício físico intenso) podem acarretar a morte súbita.
Após essa avaliação as pessoas poderão realizar exercícios, inclusive competitivos, de uma maneira mais segura e com melhores resultados de performance.
Portanto é importante enfatizar que a atividade física não causa de doenças ou morte. O que proporciona tais condições são abusos e falta de conhecimento sobre possíveis doenças que muitas vezes são silenciosas e causas de morte súbita cardíaca.
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