Ateromatose: o que é, fatores de risco e como tratar
Ateromatose é uma doença que provoca o acúmulo de gordura e de cálcio dentro das artérias torácicas. Quando ocorre essa obstrução, automaticamente acontece uma dificuldade para o sangue se transportar pelo corpo, devido à falta de espaço nas artérias para percorrer, gerando elevado risco de formação de coágulos, bem como da ocorrência de um infarto ou de um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Apesar de ser uma condição muito grave, muitas pessoas acometidas com o problema não sabem que o possuem, devido à ausência de sintomas. Quando começam a ter sintomas, geralmente algo igualmente grave já está acontecendo ou prestes a acontecer, como um acidente vascular cerebral, embolia ou infarto.
A doença também é conhecida clinicamente como ateromatose aórtica ou ateromatose da aorta, sendo todas essas formas aceitas e corretas. A ateromatose da aorta é um indício de que houve uma degradação da artéria acometida, e as placas formadas são constituídas de gordura e outras substâncias. A aorta se estende por todo o tórax e abdômen, motivo pelo qual também é chamada de aorta torácica.
Principais fatores de risco para ateromatose
Embora seja uma doença que pode acometer pessoas de diferentes idades e que ainda não possuem diagnóstico de alguma comorbidade, existem grupos com riscos elevados para desenvolver o problema, sendo eles:
- Diabéticos;
- Ter hipertensão arterial não controlada;
- Pessoas com colesterol alto;
- Fumantes;
- Obesos;
- Pessoas com aterosclerose;
- Ter mais de 50 anos;
- Histórico familiar da doença.
Além disso, o consumo de alimentos gordurosos e ultraprocessados em excesso, bem como o sedentarismo de quem tem esses hábitos alimentares destrutivos, contribuem para gerar o problema a médio e longo prazo. A ateromatose é uma doença comum na terceira idade, entretanto, pessoas mais jovens que fazem parte do grupo de risco, podem ser acometidas com o problema, inclusive em sua forma mais grave.
O abuso de fast food desde a infância como tem ocorrido nos últimos anos é um sinal de alerta para que problemas como a ateromatose e outros males comuns com o envelhecimento, se manifeste no individuo cada vez mais cedo.
Como acontece a ateromatose
Durante a ateromatose, forma-se uma placa dentro da artéria e com o tempo essa placa tende a ir crescendo cada vez mais, diminuindo o espaço por onde passa o sangue arterial que leva oxigênio para os tecidos. Em alguns casos, essa placa “entupirá” completamente, impedindo a passagem do sangue, podendo ocasionar uma consequência mortal.
Por conta dessa oclusão, que pode ser parcial ou total, a pessoa começa a ter sintomas, que em alguns casos, são percebidos tarde demais. Esses sintomas que começam a aparecer são:
- Dores nas pernas ao caminhar;
- Dor no peito, caso a placa estiver nas artérias coronárias, existindo o risco de o paciente sofrer um infarto;
- AVC, pois caso a placa esteja instalada nas artérias carótidas, poderá interromper o fluxo de sangue para o cérebro ou romper os vasos que fazem o transporte desse sangue.
Sintomas de ateromatose
Em parte dos casos, não é possível perceber os sintomas até que a doença já esteja bastante avançada ou tenha tido uma complicação. Geralmente, a pessoa acometida com ateromatose que descobre a doença no primeiro estágio, soube por acaso ao fazer um check-up ou exame de imagem para outra finalidade. Normalmente, pacientes com ateromatose podem apresentar os seguintes sintomas:
- Náuseas e vômitos;
- Confusão mental;
- Dor no peito;
- Respirar com dificuldade;
- Fraqueza;
- Dor nas pernas, principalmente ao caminhar;
- Dor no abdômen.
É importante ressaltar que esses sintomas são os mesmos de várias outras enfermidades, não sendo possível diagnosticar apenas pelos sintomas, ainda que haja vários deles apresentados ao mesmo tempo. O ideal é procurar ajuda médica assim que sentir algo anormal, especialmente se a sensação tem sido frequente ou contínua.
Embora seja mais comum que o problema seja tratado por um cardiologista, em caso de emergência, a pessoa deve se dirigir a um pronto socorro, pois um clínico geral estará apto para atendê-lo; O acompanhamento posterior ao atendimento de emergência poderá ser feito com o cardiologista.
Diagnóstico
Para o médico diagnosticar a ateromatose, serão necessários exames de imagem e exames laboratoriais, como diferentes exames de sangue. Os exames de imagem são: eletrocardiograma e ultrassonografia com doppler. O médico também pode solicitar um cateterismo, sendo muito comum nos casos de ateromatose ou, inclusive, quando o paciente já sofreu um infarto e está em processo de investigação das causas para evitar novo episódio.
Complicações da ateromatose
Algumas complicações da ateromatose podem ser fatais para o paciente. Dentre elas, podemos citar:
- AVC (Acidente Vascular Cerebral): ocorre quando o fluxo sanguíneo em direção ao cérebro é interrompido ou o vaso sanguíneo é rompido, podendo ser fatal em alguns casos, bem como possui risco de sequelas aos sobreviventes. Também há casos de pacientes que se recuperam sem sequelas, ou as possuem de forma temporária, realizando tratamento adequado de, por exemplo, fisioterapia e fonoaudiologia, para seu completo restabelecimento;
- Embolia: ocorre quando há a obstrução de um vaso sanguíneo, gerada por um coágulo ou trombo que se movimenta de lugar;
- Infarto: ocorre quando falta oxigênio no corpo, gerando a morte de um tecido ou parte do órgão.
A literatura médica hoje divide a ateromatose em graus de 1 a 5, sendo o 1 o diagnóstico inicial e mais fácil de tratar, e o 5 o mais grave e com risco de mortalidade do paciente.
Tratamento para ateromatose
O tratamento depende da gravidade de cada caso. Em condições graves, um procedimento cirúrgico poderá ser realizado, como as de ponte de safena ou angioplastia. Casos menos urgentes podem ser tratados com medicamentos para controle da pressão arterial e do colesterol. Por fim, adquirir hábitos saudáveis e abandonar o tabagismo e sedentarismo também integram o tratamento medicamentoso.
Por que é mais comum ateromatose após os 50 anos de idade?
Como já mencionado anteriormente, a ateromatose poderá acometer pessoas abaixo de cinquenta anos em casos específicos do grupo de risco. Entretanto, a partir dos cinquenta anos é mais comum ateromatose e outros males por conta do processo natural do envelhecimento, que torna a artéria desgastada, permitindo uma possibilidade maior de acúmulo de placas.
Uma vida saudável deve acompanhar o indivíduo durante toda a sua trajetória, mas após os quarenta ou cinquenta anos, é ainda mais recomendável o consumo de legumes, frutas e verduras diariamente, a fim de evitar o excesso de substâncias nocivas no corpo que podem ajudar na formação de placas de cálcio e gordura nas artérias.
Prevenção
Parte significativa da literatura médica considera que a ateromatose é um processo natural do envelhecimento, embora nem sempre evoluirá e colocará a vida do paciente em risco. De uma forma geral, a melhor forma de prevenir a obstrução das artérias é manter um estilo de vida saudável, realizando atividade física dentro dos seus limites e se possível supervisionado por um profissional, como personal trainer ou cardiologista, bem como evitar comida ultraprocessada e gordurosa.
Embora alimentos ultraprocessados e gordurosos sejam mais apetitosos e atraentes visualmente do que muitos pratos naturais, quando consumidos com frequência ou em excesso, geram uma série de consequências destrutivas ao corpo, que a depender do órgão afetado, mostrará os sintomas a curto, médio ou longo prazo. Controlar adequadamente comorbidades existentes como diabetes e hipertensão, também é essencial para evitar uma complicação de ateromatose.
Realizar um check-up anual, sobretudo a partir dos cinquenta anos, permite identificar o problema logo no início e evitar alguma complicação futura. Essa medida preventiva é essencial, pois como já mencionado, a ateromatose nem sempre é sintomática, exceto quando já chegou em um nível mais avançado e gera risco ao paciente.
Por isso, cuidar dos hábitos alimentares e estilo de vida é a melhor forma de se livrar de problemas como a ateromatose e muitos outros ao longo da vida, mas principalmente, garante uma terceira idade de qualidade.
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