Taquicardia supraventricular: o que é, causas e sintmoas

Taquicardia supraventricular é uma taquicardia que ocorre do lado de fora do ventrículo, podendo acontecer no nó AV ou no átrio. Esse tipo de condição corresponde a uma das arritmias existentes que surge nas disfunções elétricas na parte superior (de cima) do coração.

A taquicardia supraventricular é bem menos comum do que uma fibrilação atrial. Essa condição também é considerada menos grave do que a taquicardia ventricular, mas nem por isso deixa de afetar a qualidade de vida do paciente. O ideal é que um médico seja procurado logo que se perceba o primeiro sintoma, pois taquicardias não tratadas podem levar a um quadro evolutivo e ter complicações a longo prazo.

O que é uma taquicardia?

Para melhor compreender o que é uma taquicardia supraventricular, é preciso saber o que é uma taquicardia de forma geral. Quando uma pessoa realiza atividades físicas, corre ou fica nervosa, é natural que o seu batimento cardíaco fique acelerado por um período. O batimento cardíaco normal varia de 60 a 100 bpm (batimentos por minuto).

Quando o batimento ultrapassa 100 bpm e não há uma causa conhecida, como prática de esportes ou situação de forte impacto emocional, considera-se a possibilidade de uma doença cardíaca.

Esse batimento acelerado recebe o nome de taquicardia, que nada mais é do que o nome dado as doenças que impactam diretamente o circuito elétrico cardíaco, e que alteram a maneira como o coração bate. É importante ressaltar que o número de batimentos por minuto de uma pessoa saudável varia de acordo com a idade do paciente, de forma que uma criança e uma pessoa com 70 anos ou mais, possuem referências distintas.

Veja também: Taquicardia: Sintomas, causas e tratamentos

Causas da taquicardia supraventricular

Pode-se dizer que a taquicardia supraventricular pode se desencadear por causa de um dos três seguintes fatores:

  • Ansiedade e estresse: quando o individuo tem um momento de ansiedade, seja crise ou não, bem como viver situações estressantes, pode alterar o batimento cardíaco e desencadear uma taquicardia supraventricular.
  • Consumo de álcool e cafeína: bebidas alcoólicas, bem como bebidas com cafeína, como refrigerantes, chás e café, podem aumentar o batimento cardíaco.
  • Medicamentos: alguns tipos de terapias medicamentosas, como estimulantes e broncodilatadores, podem acelerar o batimento cardíaco.
  • Problemas de saúde: há doenças que podem ter como sintoma ou complicação, taquicardia supraventricular. Esse é o caso, por exemplo, de pessoas com problemas de tireoide, hipertensão e outras doenças cardíacas.

Sintomas

Além da sensação de um coração acelerado distinta da frequência cardíaca normal, ainda que seja em determinados momentos do dia, pacientes também relatam falta de ar , dor no peito e desconforto torácico. Algumas pessoas chegam a desmaiar. Além disso, há quem sinta tontura, mesmo que não ocorra o desmaio.

Por um longo período alguns pacientes podem não ter nenhum sintoma, sendo mais comum que eles se manifestem na terceira idade.

Riscos da taquicardia supraventricular

A taquicardia supraventricular é uma doença considerada imprevisível. Isso porque, embora seja menos grave do que a maioria das outras enfermidades do coração, o problema pode evoluir e em alguns casos, pode ser fatal.

Com o passar dos anos, uma pessoa com taquicardia supraventricular pode desenvolver enfraquecimento muscular do coração. Isso se deve ao fato de o coração precisar fazer um esforço maior decorrente da taquicardia. Esse quadro de enfraquecimento do músculo pode levar o indivíduo a ser diagnosticado com uma insuficiência cardíaca.

Nesses casos a qualidade de vida do paciente pode ficar comprometida, já que episódios de falta de ar, náuseas, tonturas, desmaios, inchaços e fraquezas se tornam cada vez mais frequentes, especialmente durante a realização de atividades físicas, ainda que leves.

Quando ocorre a baixa circulação sanguínea dentro do coração, a pessoa pode desenvolver coágulos, o que aumenta o risco de um acidente cerebral vascular. A pessoa com taquicardia supraventricular deve adquirir o costume de realizar acompanhamento médico periódico para saber se o problema está controlado ou evoluiu.

Tipos de taquicardia supraventricular

Geralmente, a taquicardia é diagnosticada e tratada como um desses tipos:

  • Taquicardia por reentrada nodal: costuma acometer pessoas adultas que não possuem doença cardíaca e segue duas vias de condução do impulso. Nesse processo o ritmo sinusal gera um impulso que seguirá pela via de condução rápida, mas também pela via de condução lenta. Por conta disso, o estímulo pela via rápida ocupa o nó AV, e gera o bloqueio da condução dos impulsos pela via lenta.
  • Taquicardia por reentrada AV: ocorre quando há vias acessórias ventriculares, fazendo com que fibras gerem a conexão do átrio com o ventrículo do lado externo da condução normal. Comum em pacientes com Síndrome Wolff-Parkinson-White, já que eles apresentam condução anterógrada e retrógrada nessas vias.
  • Fibrilação atrial: comum em pacientes que consomem álcool, são hipertensos e/ou possuem cardiopatia estrutural. Pode ser reversível e temporária, mas também pode ser grave se não tratada adequadamente.
  • Taquicardia Sinusal: ocorre no nó sinusal e costuma ser desencadeada por estresse, febre ou exercícios físicos.

Diagnostico

Após o exame clinico, o médico poderá solicitar exames de imagem para chegar ao diagnóstico, como um holter e o eletrocardiograma, que avaliará o qrs estreito. As taquicardias do qrs se originam acima do feixe de His e possuem as seguintes variações no eletrocardiograma:

  • Duração do complexo QRS menor que 100 ms e frequência cardíaca de maior que 100 bpm em adultos;
  • Duração do complexo QRS menor ou igual a 90 e frequência cardíaca entre 130 e 300 bpm em adolescentes e crianças.

Tratamento

O tratamento varia muito de acordo com a gravidade e necessidade de cada paciente. De uma forma geral, são usados como métodos de tratamento as manobras vagais, como manobra de Valsalva ou mergulhar o rosto do paciente na água gelada a fim de restabelecer o ritmo cardíaco. Também são meios de tratamento:

  • Massagem no seio carotídeo;
  • Ablação por cateter;
  • Marcapassos;

Uso de medicamentos para controle ou prevenção da taquicardia, como bloqueadores dos canais de cálcio. Dentre os medicamentos, geralmente a primeira escolha é a adenosina, e caso esta resulte ineficaz, aposta-se verapamil como uma alternativa. Verapamil não é indicado para pacientes com baixa frequência cardíaca ou com insuficiência cardíaca.

A manobra vagal ajuda na taquicardia supraventricular?

A manobra vagal é uma técnica simples que pode ajudar a diminuir a frequência cardíaca durante um episódio de taquicardia supraventricular.

FAQ – Perguntas frequentes

O que é taquicardia supraventricular?

É uma frequência cardíaca rápida que começa nas partes superiores do coração, chamadas átrios.

Como tratar taquicardia supraventricular?

O tratamento pode incluir medicamentos, manobras vagais, ablação por cateter ou cardioversão elétrica, dependendo da gravidade.

O que provoca taquicardia supraventricular?

Pode ser causada por estresse, consumo de cafeína, tabagismo, doenças cardíacas ou problemas elétricos no coração.

A taquicardia supraventricular é uma arritmia cardíaca?

Sim, a taquicardia supraventricular é um tipo de arritmia cardíaca, onde o coração bate de forma rápida e irregular.

O que é adenosina e como ela ajuda no tratamento?

A adenosina é um medicamento usado para interromper episódios de taquicardia supraventricular, restaurando o ritmo cardíaco normal.

O que é uma via acessória no coração?

Via acessória é um caminho elétrico extra no coração que pode causar episódios de taquicardia supraventricular.

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